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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

sobre esses dias aí...

quinze minutos
e eu chorando.
deu meia hora,
tive que desligar o telefone.
desculpa.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

eu sei

tu é poeta né
desses com olhos em outros que são lânguidos
tu é desses poetas
desses que vivem de inverno em inverno
se amarram em versos de dor
tu é poeta mesmo
dá pra ver daqui o sorriso torto de quem limpa os óculos na blusa
não é algodão mas serve
tu é poeta e eu não sei nem rimar mais
me ensina
me ensina que eu ando muito reticente
eu sei que tu é poeta porque
porque eu li dois dos teus escritos
fiquei com medo de chorar e parei
tu é poeta
me faz parar poeta
não sei mais
nem vírgulas eu sei mais
sei de nada poeta
me desculpa
e me ensina
a esquecer

domingo, 3 de novembro de 2013

215 norte

Obs. inicial: O que se segue a seguir foi a primeira crônica escrita para um livro sobre a Asa Norte.


Este aqui faz-se o primeiro por ser especial em um particular tão íntimo que agora vira do mundo para quem quiser ver e se fazer especial também. Passa-se na 215 e quem o vive é apenas um rapaz; rapaz esse um tanto desgostoso de amores e pessoas... A poesia, de certo, não lhe servia de maneira alguma. Rapaz esse que tem por volta de seus dezoito anos e por agora – e pelo resto da história – não tem um nome, e nem mesmo um rosto. Rapaz esse que, como já foi dito e agora com carinho eu repito, é apenas um rapaz. O jovem da 215 norte. “Aquele cara”, “o garotão”, ele é esse mundo de pronomes, substantivos e adjetivos equivalentes a ele mesmo.

O rapaz chora, copiosa e ruidosamente, sentado no gramado ao lado do parquinho. São duas e meia da manhã e ele lá se encontra desde as duas e quinze, em prantos sem destino. O sentido, por hora, se perdera por inteiro. Aquela bobagem de sentir coisa alguma já não lhe convinha. Abraçava-se à própria mochila com uma expressão de piedade de si mesmo. Passou por ele um carro preto, e o jovem prometeu que se logo mais passasse um vermelho, enxugaria as lágrimas e iria para casa. Passou um prata e ele voltou a chorar dentro de si. Sozinho... Aquele cara está sozinho. Pegou a garrafa de vodka dentro da mochila e deu um gole de amargura. Vodka pura. Arrepiou-se. Bebia de quando em quando, chorava e penava pelo seu eu. – Também quero ter, e ser, e querer, e amar! – Parecia gritar. Inclusive, achou que tivesse gritado. Sua boca nem mesmo abrira. Estava mudo em tristeza, calado em desamor.

O jovem, pouco trabalhado na arte do emocional e da escrita, garoto objetivo; pegou seu caderno e sua caneta, respirou fundo, e no papel rabiscou dois versos simples.

“Aqui jaz, descontente,

um amante do poente.”

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

os pássaros.

Condor
eu choro
e andorinhas vão
levando o verão.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Feliz aniversário, meu amor.

Querido, 

Você ainda tem tanto passo para dar... Acho bonito. Acho bonito esse jeito torto de caminhar que você escolheu. É que seu torto, de torto mesmo tem bem pouco. Você é bem certinho sendo errado, e eu gosto de você assim. 

Querido,

Aqui está bem frio sem você, e eu sinto falta do abraço. Eu sei, eu sei, tenho que deixar de ser boba. Mas, meu bem, entenda minha dor... Não é só na pele que o frio faz efeito.

Querido, 

Aqui estou escrevendo um bilhete para você. Só queria te dar os parabéns mesmo. Parabéns por mais que só a data... Parabéns pela sua vida, que você consegue deixar linda. 

Querido, 

Muita felicidade ainda nesse chão que você segue. Para você e para mim, que não sou de ferro. Eu te desejo muitos amores, mesmo. E que você não esqueça que estou aqui, apesar de não estar tanto assim. E me desculpa por isso, está bem?

Querido,

Seu sorriso é um amor. E você é um príncipe. Felicidades, parabéns!

Beijos,
Sua querida.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pretérito Imperfeito


Queria descansar um pouco mais.
Matar a desgraça própria e rir da alheia.
Queria fechar os olhos e lembrar das coisas boas.
Queria mandar na relatividade do tempo.
Fazê-lo ir mais devagar.
Devagar e sempre...
Queria esconder a cara no travesseiro só para dormir.
Queria rir.
Ter uns momentos a mais de felicidade não-retida.
Queria ser descontraída.
Beijar o céu.
Abraçar o mar.
Olhar para a lua e não dar adeus.
Queria caminhar entre pedras de desejo.
Sem me machucar.
Sem me perder.
Queria cantar para as estrelas.
Aquela valsa de Chico que tem o meu nome.
Queria não desdenhar.
Não chorar.
Não sufocar os sentimentos.
E desenhar mais.
Queria gritar.
Não me conter e berrar.
Largar em voz as dores.
Esquecer a pose.
Queria merecer.
Queria respirar a harmonia.
Correr no sol.
Mas hoje...
Hoje eu só quero paz.

domingo, 8 de setembro de 2013

Cacto

Hoje brincaram que eu sou cacto.
Ainda estou correndo, de um lado para o outro, na incerteza dos meus abraços de espinho. É que... Sei lá se são macios.
Sei lá se gostam.
Sei lá se machucam.
Às vezes me machucam, mas isso é certeza. Ainda estou falando do que não se sabe. Do que não me sei...
Não me sei de longe, nem de perto... Às vezes vendo assim da distância certa, eu até me entendo.
E aí, se sou cacto mesmo, é mais difícil dizer.
Pareço dona dos espinhos, mas eles estão apontados mais para mim que para os outros.
Ah, acho que no fim mesmo nada disso importa... Só comecei o texto porque me chamarem de cacto me pareceu poético.
Obrigada, Rodrigo, virei poesia por sua culpa.
Quero dizer, acho que conta... Não é?

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

subindo



achei que fumar
fizesse mal
até te ver
sumindo
feito fumaça no vento
então tive certeza

sobre a tristeza (novo blog)


vejam.

domingo, 25 de agosto de 2013

Olhando-me assim...



Eu sou a alma viva entre esses que ocupam o mundo. No entanto, sou de quem se espera menos.

Sou a louca, “dissimulada”,

amante perturbada,

entre outros universos de palavras.

Cresci em meio ao amor para virar um pouco de dor, esse é o meu âmago! A verdade é essa. A verdade é que por dentro sou a esquisita que não se atreve a ser menos que perdida. Perdida na vida. Julgo-me, entretanto, mais que os pequenos hipócritas da rude descrição do mundo. Sou, portanto, a verdade.

Ou, pelo menos,

verdadeira

em mim,

em ser.

Canso-me dos versos por hora, porque em outrora sou a aurora do corpo dançante. Sou feita de fauna. Sou feita de flora. O pequeno passo para a direita é a tragédia da esquerda e eu...  Eu sou à esquerda. Eu sou a esquerda! Sou toda esquerda... Sou o branco em meio ao preto com pontos castanhos no meio. E estou virada para mim, olhando pelo ombro esquerdo enquanto escrevo uma carta com a mão esquerda. Porque mesmo minha direita é torta pro lado “errado”... Ou lado errante.

Filha.

De.

Deus?

Eis que me perco novamente entre as linhas da minha própria história psicológica e mal contada. Emocional P U R O. Errante. Decaio em mim. Meus colegas são colegas... Amizade se faz em prantos e amor se faz em sexo.

Eu, virgem.

Virgem aos dezessete e bêbada desde que nasci.

Eu.

Eu.

Dramática dos remédios para depressão (pós-traumáticos) que nunca tomei. Coisas que nunca contei! Molestada, estuprada, escancarada. Pela vida. Virgem de amor. Todo o resto normal, construído em paredes de vidro refletido. Ninguém mais sabe de nada e meu sorriso é puro em alguma pouca mentirinha. Ou talvez seja tudo invenção.

E o agora vai acabando. Ninguém demasiadamente importante veio-me que não possa ser deixado de lado. POUCO TEMPO. Ninguém sabe. Eu sei só disso.

E agora? O que será a partir do nada que é o agora?

Antes...

Doeu.

Mas sou eu.


E o futuro vem puro.

domingo, 18 de agosto de 2013

Wanderlust II

quero carregar Paris 
nos meus olhos de amante
nos meu lábios de fumante 
na fuga dos meus dias distantes

levar Paris nas mãos de filmes
de taças 
de tralhas 

e em sonhos,
acampar no Louvre

Wanderlust

passagem só de ida
acompanha
ou fica?


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

decisão

foi tomada
fácil, simples
meu _ _ _ _ _ _ não vai
pro facebook

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sobre a metade da metade da metade da metade (...) dos livros que eu gostaria de (re)ler.



Ainda não contei quantos livros tenho, mas não devem ser muitos. Desses poucos, li menos ainda. Acho que está na hora de terminar uma leitura, para variar um pouco.
Adoro frases soltas. É esse o meu problema.
Eu poderia escrever um livro só de frases soltas e poemas-minuto. O título seria “A História da Moça que Nunca Conseguiu Terminar um Livro”.
Ou do rapaz. Posso ser rapaz também, por que não?
Vê que isso aqui que escrevo agora não é nem verso, nem prosa. São só frases soltas.
Eu li Dom Casmurro três vezes.
Sempre chego ao quinto capítulo de Crime e Castigo. Aí eu paro.
Já leu O Castelo no Ar? Bem bonito... Acho que pouca gente ouviu falar. Ganhei da minha tia em alguma ocasião especial, tipo aniversário ou natal. Não lembro qual.
De outra tia eu roubei alguns outros livros. Entre eles Ciranda de Pedra, e ai como me doem os olhos de Virgínia! Esse eu li em duas noites.
Tenho um livro do Paulo Coelho, mas não leio por puro preconceito. Acho que por ele ter dito que nada mudaria na ordem do universo se você separar sujeito do predicado por uma vírgula. Sim, tenho preconceito.
Um livro que me marcou é Olhai os lírios do campo. Meu melhor amigo sempre confunde com O apanhador no campo de centeio, e acha que já li. Nunca li O apanhador no campo de centeio, mas morro de vontade. Olhai os lírios do campo me fez chorar aos quatorze anos. Pra ser sincera, eu nem lembro muito do livro, tenho que reler.
Tenho um livro de teatro que a escola pediu. Admito, usei poucas vezes. Quero ler todinho por dois motivos.
Motivo número 1. Vou cursar cênicas na faculdade.
Motivo número 2. A capa preta dele é linda.
O menino do pijama listrado... Eu chorei. Nas quatro vezes que li.
Acho difícil terminar livros, mas acho que releio muito alguns. Como Meu pé de laranja lima. Também sempre choro.
Ganhei um livro da minha amiga de quando ela foi para Harvard. É sobre Anarquia. É em inglês. A capa também é linda. Às vezes eu abro em uma página qualquer e leio duas frases. Aposto que o livro é bom. Tenho vontade, tenho tempo, mas não tenho coragem para ele ainda.
Eu me identifico muito com um livro dado por um amigo meu, que já foi meu professor de inglês. Devo a ele muita coisa, na verdade. O livro é daqueles que você abre numa página qualquer e lê um trecho qualquer. E aí você se sente feliz, porque é Fernando Pessoa.
“309.
O prazer de nos elogiarmos a nós próprios...”
E uma nota: como sou bela!
Quando falo desse livro, lembro de outro, dado pela minha amiga. É que a grossura é praticamente a mesma, e o tamanho também. Augusto do Anjos.
Augusto dos Anjos me lembra o último rapaz que me fez chorar, mas eu adoro mesmo assim.
“Eu, filho do carbono e do amoníaco...”
Também sou profundissimamente hipocondríaca.
Não li Otelo. Vi o filme, ouvi a explicação do professor e me dei por satisfeita. Na verdade, a única obra de Shakespeare que li foi Sonho de Uma Noite de Verão.
Ah, que vergonha! Lerei Otelo em breve, prometo. Depois os outros.
Li A Paixão Segundo G.H. aos 15 anos e me senti profundamente tocada. Decidi naquela época que iria reler aos vinte anos e depois aos quarenta. E é melhor eu deixar só para mais tarde mesmo.
Tenho a obra completa e ilustrada do Lewis Carroll em inglês e, pasme, nunca li. Nem mesmo Alice no país das maravilhas.
1984 me arrepia.
Laranja Mecânica está na lista dos favoritos.
Nunca li Admirável Mundo Novo. Não o tenho, mas quero ter.
Comprei dois livros para dar de presente para a minha amiga, não embalei nenhum porque estou planejando ler algum dos dois antes de entregar. E porque sei que ela fez o mesmo com o livro do Augusto do Anjos.
O Estrangeiro me deixou atônita por muito tempo. Achei aqui em casa, li, depois dei pro meu melhor amigo ler. Foi um presente, mas eu não esperaria que ele me devolvesse nem se fosse apenas emprestado.

Fim.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ego do cantinho.



Pensei em escrever qualquer coisa para os outros, saiu-me nada. Resolvi falar de mim, porque amigo meu disse que sou cheia de querer atenções. Na verdade mesmo eu sou cheia de preguicinhas. Aquelas mínimas, com pão-de-queijo e café mais chocolate. Minhas preguicinhas me definem bem, eu diria. Gosto de continuar na cama por mais uma hora antes de levantar, piscando devagar, olhando pra parede, pro teto ou pras minhas coisas espalhadas no chão. Porque gosto de deixar minhas coisas todas espalhadas por aí, fica mais aconchegante quando está bagunçado. Gosto de sentar no sofá com meu amor do momento pra ficar fazendo carinho e conversando sobre os filmes que vimos ontem. Dois? “Três. Isso, isso, teve aquele curta!” E eu sorrio, já meio boba, quando minha amiga me chama pra comer pizza e falar bobagem a noite toda. Gosto de banho com água quente, e ficar lá até os dedos murcharem. Gosto de comer... Adoro comer! Muita pipoca, muito brigadeiro, muita felicidade.

Sou feita de preguicinhas boas. Gosto de um bom livro antes de dormir.

Gosto de um amor preguiçosinho também. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Nível Pet(h)it.

Vim lutar pelo meu direito de amar e ser amado.
Lutar por um amor a nível Thiago Pethit... Desses que dançam em volta da gente com sorriso na cara.
Na cara mesmo, porque gente é bicho também. 
Bicho que ama, por isso estou lutando. 
Lutando pelo meu direito de amar e ser amado. E depois de ser amado, redamarei. 
Quero um sorriso na cara, sorriso grande. E dançar em volta de alguém também.
Estou jogando às traças essa loucura de ser racional demais.
Estava na hora, não me julgue. Não me amordace, maltrate, só porque desconheço a tristeza de não amar.
O que mata é o pensar sobre.
Deixa ir, deixa estar... Deixar-se amar e levar faz bem. 
Deixar-se levar por um amor a nível Thiago Pethit.


sábado, 11 de maio de 2013

Eu te falo em 1 minuto ou menos.


Eu te amo porque você é um amor,
e cabe com sorriso e tudo no meu coração.

Eu te amo porque você me ama
nesse meu jeito bobo mesmo de ser.

Eu te amo porque você me deixou muito feliz
ao dizer todas aquelas coisinhas pequenas,
também porque me fez rir com todas aquelas
piadinhas sem pena...

Eu te amo, acima de tudo, porque gosto muito
- bem grande, do tamanho do elefante - de você.
E porque você não tem essa frescura doida (com ou sem acento no i)
de que amor é uma palavra muito forte.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Terapia da escrita automática




Tenho três horas de sono se eu for dormir agora. Mas eu não vou dormir agora... Agora eu vou escrever sobre “feel infinite” de novo. E sobre como as músicas do David Bowie me arrepiam de uma forma única. Acabei de assistir As Vantagens de Ser Invisível de novo. E eu chorei de novo. Não sei se tudo vai mudar de repente, e não sei se as coisas vão finalmente melhorar. Seria bom se eu pudesse deixar tudo para trás e começar do zero.

Não é que eu esteja cansada. Eu estou exausta. Não consigo dormir direito tem pelo menos um mês, e acho isso muito ruim. Não consigo estudar também. Isso atrapalha bastante... Não sei se vou entrar pra faculdade. Não sei nem se eu quero entrar pra faculdade. Ou se quero trabalhar um dia. Ou se quero envelhecer, e me aposentar, e sofrer porque desperdicei toda a minha vida num emprego que eu odiava. Talvez eu acabe gostando do meu emprego, não? E talvez eu me aposente e viaje. Space Oddity nos faz chorar sem nem prestarmos atenção na letra – mas pode ser que eu esteja muito sensível.

Estou pensando em assistir Christiane F. novamente (pela quinta vez). Porque me faz querer ser alguém um dia. Mas eu não consigo dormir direito tem pelo menos um mês, e acho isso terrível. Não consigo estudar também. Não consigo estudar direito há pelo menos três anos. Meu Ensino Médio inteiro passou, e eu estava de olhos fechados. Ou marejados. “She knows...” e lágrimas. Parece um drama bem besta, eu sei. É um drama bem besta mesmo. Drama de menininha de 17 anos, sofrimento inventado. Mas não é. Está tocando Heroes de novo, e só consigo pensar em como eu odeio a escola. E em como eu fiz todo o meu dever de matemática, mas não sei a matéria. Está tocando Heroes e meu sofrimento não é inventado. Eu choro todos os dias. Alguém me disse um dia que não existe isso de “tem gente muito pior do que você por aí” porque cada dor é uma dor. E o que dói em mim, não dói em você.

Não estou justificando nada. Eu só não sei mudar as coisas... Eu não sei mudar essa minha rotina comerchorarcomerchorardesmaiarcomerchorarcorrer. Não saio por aí correndo. Eu corro na minha mente, as pessoas falam comigo e eu estou nos meus vinte anos. E eu não me acho nos meus vinte anos. Queria dizer pro meu amigo do primeiro ano que tudo piora, mas eu não posso... Porque talvez – e espero que com certeza – as coisas melhorem pra ele. E queria dizer pra minha irmãzinha-adotada do primeiro ano (também) que ela tem que ser feliz de outro jeito. E eu não posso inspirá-la. Nunca poderia.

As pessoas são muito mais complicadas do que aparentam, eu sei. E eu tento me apresentar simples também... Espero conseguir. Pensei nisso agora porque não entendo. Eu nunca entendi as pessoas, eu acho. E é frustrante nunca saber o que os outros estão pensando. E isso me faz querer chorar ainda mais.

Eu costumava achar que ia me casar com meu melhor amigo, mas isso mudou agora. Eu fico incomodada ainda com essa mudança, mas tenho que me acostumar. Minha cabeça está doendo agora. Tenho menos de três horas de sono se eu for dormir agora e há duas semanas que não vejo quem me acha especial. Porque eu sou o alguém especial de uma pessoa bem mais especial que eu. Nunca vou entender, mas não ligo.

Meu livro não está pronto. Eu sinto falta dos amores, mas não de todos.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

"I turn to water"



Quero morar no Sul com ele. “Ter dois filhos, ir ao parque discutir Caetano...” Quero morar no Sul com ele “e morrer de rir.”. Meus dois pés doem, estou precisando de uma massagem para dormir com um sorriso aquecido. Sorriso tranquilo de quem está feliz de verdade. Mas não dá pra ser muito feliz estando tão cansada assim... E estando tão longe assim de tudo. Tudo mesmo, até de mim. É esse buraco no peito, entende? “Arte, pra mim, é tudo. Sem arte eu prefiro morrer.”. Talvez eu seja essa mistura louca de Elena (ou Petra?) e Vinicius que não deu certo.

Quero morar no Sul com ele porque lá eu tenho calor pra me proteger do frio. Frio que sei que tem aqui mais do que tem lá, sendo frio interno. Intenso. Dolorido. Estou aqui por um novo “moreno de cabelo enroladinho” para mim. Precisa nem ser moreno. Nem ter cabelo enroladinho. Pode ser eu mesma... Quero morar no Sul e saber me esquentar sozinha. E espero que ele não me abandone mais, porque ele faz falta. Sinto falta dele passeando pelo meu corpo inteiro e saindo pelas minhas narinas, pela minha boca. Sinto falta dele dentro de mim.

Quero morar comigo mesma no Sul, mas quero levar ele comigo. Preso dentro do meu coração pra não ir embora mais. Essa dor não passa sem ele, entenda. Acho que ele se foi porque acha que vou dá-lo a outra pessoa novamente, mas não vou. Ele vai ser meu pra sempre, eu prometo... Prometo para quem quiser ouvir que ele vai ser meu para sempre. E se eu precisar dá-lo a outra pessoa, crio um novo dele, e continuo com o original só pra mim. Será que ele consegue acreditar que quero ser minha? Vivo, agora, para mim. Devia acreditar...

Quero morar no Sul. “Ter dois filhos, ir ao parque discutir Caetano... E morrer de rir.”. Pode ser sozinha, ou mesmo com o “moreno de cabelo enroladinho”. Gosto dele também, mas gosto mais do meu amor que quero carregar no peito e nunca mais dar pra ninguém. Olha, eu prometi. Mesmo sendo Vinicius, isso de amor meu (e só meu) eu vou cumprir. Ainda estou confusa... Minha dor é muita ainda. É que ele não voltou. Ele não voltou e eu não moro no Sul. E não vivo direito ainda. Meio morta, meio viva. Não sou zumbi porque não existe. 

domingo, 14 de abril de 2013

Monólogo de uma linha

Ai, ai... Queria ser vagabunda.

terça-feira, 9 de abril de 2013

ok?



meu plano é beijá-lo muito ainda
por pelo menos mais oitenta anos

- nos próximos dias, a gente fica de bowie
- ok!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

À de Troia.


seu cabelo loiro
sua pele branca
seu olho triste-azul
tá me doendo, mulher
pare de se corroer
e de roer meu coração
vem me amar, mulher

domingo, 24 de março de 2013

minudécada




Fotografia por Isadora Valença


esse minuto
tiquetaqueando no meu peito
severo na idade
já nem sei mais o que é brincar
esse minuto
tiquetaqueando fora do meu
alcance de menina
se fui deixei de ser
a felicidade repentina
imobilidade repetida
que o tempo
fez crescer

tiquetaqueando
tique
taque
andando

sou eu mesma
fora de alcance
de qualquer tempo
e o relógio me
consome
sucumbi aos minutos
de uma vida
inteira
de tique-taques

tiquetaqueando
tique
taque
gracejando

de crianças e apertos
já fui menina
sem jeito
descalço o salto
da mamãe
e calço o meu

minuto me engoliu
e
virou
década
de cara

Paraquedas




Hoje eu acendi um cigarro e vigiei a fumaça (sumir). Lembrei-me de todos e quaisquer pormenores que o senhor deixava de me contar... Era sempre um “deixa pra lá”, “nada não”. E como me arrependo de não ter insistido! Talvez eu pudesse ouvir o segredo de uma vida inteira, se tivesse paciência para dizer “conta logo”. Ah, se eu tivesse paciência! Para tudo no senhor, digo. Eu poderia ter te aguentado mais do que aguentei. Mas o senhor sabe como é difícil de te aguentar, não sabe? Bom, se antes havia dúvidas, não há mais. O senhor é chato.

Mas hoje eu acendi um cigarro e não tenho mais tanta raiva das coisas que o senhor dizia. É, porque não diz mais, apesar de ainda ser o senhor. Agora fala pouco, cruza os braços e balança a cabeça, seja pelo sim ou pelo não. Normalmente é pelo não. O senhor sempre me diz um não. Por quê?

paraquedas
hoje não
abriu

Aí me deixei voar com a fumaça e sumi com ela. É que o senhor sempre dizia “que sorte seria se o paraquedas não abrisse”. Hoje que o senhor disse não – mais uma vez, por quê? –, doeu-me voar sem o senhor. Mas não foi minha culpa! Eu te chamei, não chamei? Mas, mais uma vez, o senhor disse não. Por que diz não? Aquela cabeça branca balançando negativamente... Não, não, não. “Deixa pra lá.”. Eu deixei pra lá e o senhor perdeu o paraquedas que não abriu.

caí sem
o
senhor

Que ficou sentado, fumando o seu cigarro. E o meu, que hoje acendi, já está no final. Estou sumindo com a fumaça e o senhor traga devagar todo o resto do seu, uns vinte anos atrás. Eu já não moro mais perto do senhor, e a fumaça preta agora está em mim. Lembra quando o senhor parou? Teimoso, demorou. Sua fumaça preta é minha agora. E o paraquedas, que não se abriu para mim, abre-se para o senhor, que continua flutuando até pousar no chão.

eu sumo
com a
fumaça

Eu subo sem nem mais ouvir falar do meu avô.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Isso de sorrir...


Hoje em dia ando a ver quatro sorrisos: o do quarto, o da festa, o do bar e o de sempre.

A verdade é que o de sempre me cansa. Estou ali, tentando dormir, de repente BUM! Aquele sorriso de arcada perfeita direto para mim. Um sorriso largo, forte, decidido. O sorriso simples de felicidade plena... O sorriso irritante de quem acha que fez muito, mas na realidade não fez nada. Sorriso de quem some. Sorriso de quem esquece. Sorriso de ex, sim. O sorriso de ex me persegue. E não chega sozinho, claro que não, ele acompanha as músicas chorosas e a dor infeliz. É que quatro anos não me parecia merecer um fim tão brusco. “Some”. Sumi, o dono sumiu, mas o sorriso de sempre não.

E agora confesso que o do bar me encanta de um jeito até esquisito. Ele aparece sem mais nem menos, aquele sorrisinho de lado... Acompanhado de um aceno negativo com a cabeça. Eu não sei o que aquilo significa até agora, acho que por isso estou tão intrigada. Não é nada como o sorriso de sempre; nunca se fez por mim, em mim e comigo. Fez-se para mim em uma ocasião ambígua demais para que eu o decifre. Pois ficou sendo um sorriso que me constrangeu. Acabou com nada além do sorriso... E ficou na minha cabeça, pintou-se nela.

O da festa é confuso. Não me lembro de vê-lo na minha frente, lembro-me de senti-lo e sorrir junto. Foram bons sorrisos bêbados, alegres. Sorriso suspeito e surpreendente o da festa. Este me é instigante, entretanto. Gostaria de tê-lo sentido um pouco mais. Mas ele me deixou falar pouco, só sorria. Imagino-o melhor por foto. Vi uma vez, deixei para lá. Sorriso de uma noite que se apagou pela manhã. Não acho uma pena.

Agora o do quarto me é enorme em mente. Não que ele seja realmente grande, não é. Sorriso de boca pequena. Vejo-o já tem tempo. Queria tê-lo mais do que tenho... Até porque ele, verdadeiramente, não é nada meu. Sorriso que me é uma felicidade em ver, mas prefiro quando beijo. Adoro beijar o sorriso do quarto, por mim eu beijava toda hora! Subia na ponta dos pés e beijava o dia inteiro aquele sorriso de quem sabe mais. Vejo o sorriso e lembro da voz, e então eu sorrio também. Sei que é uma besteira, mas gosto muito.  E sinto falta quando não vejo.

Meu preferido?
Haha...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Vem!

Fotografia por Isa Valença



Se vou?

Ah, eu vou! Me leva logo, me leva agora, me pega, me arrasta...
Não... Espera. E deixa eu te arrastar,
e te pegar,
e te levar...

Eu te levo, pode deixar que eu te levo.
Pego na tua mão e te levo.
Pra longe... Bem longe...

Deixa eu te arrastar daqui,
pra cá, dali, de cá.
Deixa eu te levar,
te trazer pra mim.



Os primeiros versos foram feitos sem querer pelo meu amigo Jean, ele não conseguiu continuar... 'Tava muito trabalhado no pagode. Então fiz esse trabalho por ele. Deu nisso. E ficou tão cariño, que resolvi postar. Obrigada, meu bem. E agradeço também Isa, por fotografar belezas naturais de forma brilhante. Esta tem um significado enorme para mim e ela mal sabe disso... E este poema foi minha interpretação pessoal de sua fotografia.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Telefonema

Fotografia por Isa Valença


Alô? Tudo bem? Ah... Meio indo, meio vindo... Sabe como é, não sabe? Acho que estou um pouco perdido nessa história toda de viver, só isso. Eu sei, sei que ‘tá errado. Sim, eu sei. É que... Não é nem por ela não olhar mais pra mim. Não é nem por ela não pensar mais em mim, não é isso. Não é nem por ela. Eu só estou meio assim... Cabisbaixo. Poxa, eu disse que não é por ela. Eu estou triste, só isso. Estou sozinho assim... Ninguém me chama de Baudelaire. Não, não é por ela. Ela não me chamava de Baudelaire, isso é um poema. Procura depois, é bonitinho. Se gay for alguém apaixonado, sou gay mesmo. Não, cara, não gosto de homem. Minha cabeça ‘tá doendo. Daqui a pouco vou dormir, só liguei porque... Eu preciso de um conselho, sabe? Como faço pra esquecê-la?

sábado, 19 de janeiro de 2013

Sobre Anita


- Minhas unhas estão azuis. – Anita passa alguns minutos encarando suas unhas. Compridas, feitas por ela mesma. Ela gosta da cor que escolheu, vez ou outra até sorri. Anita encara o relógio. – Já é o dia seguinte... – E ri alto. – Essa observação é chata, não é? – A risada cessa, mas o sorriso continua. Limpo, brando.

- Acho que a senhorita andou lendo livros demais... – Seu gato marrom mia isso debochado. Reviraria os olhos, se pudesse. – Está agora parecendo Alice. Até os nomes são parecidos. – Ele sobe em seu colo e lambe a pata dianteira. Anita imagina que talvez Rimbaud estivesse certo, já ela estava a falar com gatos.

- Mas olhe, Rimbaud! – O gato a encara, como quem espera. – Minhas unhas estão azuis! – Rimbaud desce de seu colo e sai do quarto, demonstrando o mais profundo desinteresse. Anita se levanta e sente o quarto todo menor. – Para mim isso era maior... – Ela comenta em voz alta, inspecionando o cômodo com o olhar. Não demora muito para ela sentar novamente. – Talvez um pouco de Tchaikovsky.

A música invade o ambiente e torna-o maior novamente. Ela sorri, como sempre faz, deleitosa. As paredes piscam, ora rosa, ora verde. De quando em quando exprimem um laranja forçado. Pega o papel que parece endurecer em sua mão. – Rimbaud! Rimbaud!! Corra aqui, preciso de ajuda! – O gato vem correndo, pulando, quase caçando. – Onde está a caneta?  A caneta fugiu de mim, Rimbaud! – Lágrimas aparecem, espantando o sorriso. Mas foram rápidas.

- Aqui, aqui está a caneta. – Rimbaud brinca com uma BIC aos pés de Anita, que a pega secando o choro de quem não está mesmo assustada. Escreve qualquer coisa no papel duro e mostra ao felino marrom, que levanta a cabeça para dizer-lhe: - Isso já existe. – Ela coça o queixo, interrogativa. – “If you want to sing out, sing out! And if you want to be free, be free...”. – Canta Rimbaud, disfarçando o mau humor. – Você só traduziu.

- Poxa vida! – Ela risca sua tradução idiota e rabisca o desenho de um gato rabugento. – Olha, meu bem, é você. – Rimbaud mente um sorriso e passa a lamber suas patas traseiras. Anita volta-se ao papel duro e à caneta perdida para repetir frases de sonho. As paredes piscando. Verde... Rosa... Laranja. E quem queria ser Anita, finalmente vira Júlia.


O gato a encara e ao invés de falar, solta um miado. As paredes são brancas novamente. Tchaikovsky, quiçá, nunca tocara. Júlia amassa o papel, acorda, encara as mãos e constata: - Minhas unhas estão vermelhas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

bia boa bela bia


Bianca Galdino

bia bonita
me serve esse lapso

 loucura remota
que foi e será
o ácido da aurora

bia de ancas douradas
e costas de prata

fumaça dançante
de olhos vagantes

biapaziguada

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sinto falta.

Fotografia por Isa Valença

- Ei! Não chora, não, meu bem… Olha só, eu te trouxe um presente. – A garota tirou do bolso um pacotinho cintilante, entregou para o rapaz e sorriu um tanto impaciente. – Vamos, vamos! Abre. Você vai gostar. – Sentou-se ao seu lado e esperou ansiosa.

O jovem, secando as lágrimas, abriu o pacotinho, e uma luz forte invadiu seu campo de visão. – O que é isso? – Perguntou ele, ainda triste, mas visivelmente maravilhado. Ela riu e encostou a cabeça no ombro do amigo, tirando o fogo intenso de dentro do pacote. – É meu beijo em forma de estrela. – Levou a chama até o peito do rapaz e os dois ficaram observando o crepitar delicado daquela pequena estrela. – Achei que elas fossem maiores. – Ele disse pousando um dedo sobre o brio infinito daquela coisinha miúda. Ela se levantou, rindo divertida. – Não, só as do céu. As estrelas que sentimos são assim, pequenininhas, bem frágeis. Eu estou te dando uma minha… – Voltou-se para ele com um sorriso leve. – É uma bem importante. Ela cresce dependendo do que você faz com ela. Mas se você não a quiser… Não se preocupe, ela não vai se apagar tão rápido. Você ainda vai poder admirá-la por um tempo, ela se esvanece lentamente. 

Ele pareceu preocupado, encarou a estrelinha em sua mão, tão brilhante, tão pura… – Eu não sei se você deve me entregar isso. – Ela fez um gesto despreocupado e ajoelhou-se à sua frente. – Você precisa sair um pouco dessa escuridão, sabia? – Aproximou-se e beijou seus lábios, de uma forma tão delicada quanto a estrela que estava na mão dele. O brilho aumentou sutilmente e dois sorrisos se fizeram. – Acho que o calor da sua estrela secou um pouco das minhas lágrimas.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Extroversão

Fotografia por Pedro Santos e Isa Valença


“Perdeu a pose.”
E penso:
- Mas ganhou charme.

E que charme! Que encanta, provoca, atiça e desliza... Não desmerece a estima. Mas que charme, ein?

“Perdeu a pose.”
E jogo:
- Mas ganhou força!

Força de rua, costas nuas, viro sua... E o compasso é valorizado em passos de vagabundo clássico. Mas que força, rapaz!

“Perdeu a pose.”
E me ouço:
- Perdeu nada...

Que pose não é mérito e esse tititi de revista de fofoca só faz da gente menos gente. Vamos ao natural, descer do salto e tirar a gravata! Sua pose, moço, é na cama.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Histórias de amor duram apenas noventa minutos.


Caio Blat em Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos


A verdade é que apaguei tudo o que escrevi. E talvez seja melhor assim. Mantenho o título, mantenho esse pedido de desculpas por não postar o texto original, mantenho as bochechas vermelhas de vergonha por sentir algo tão engraçado. Eu falei pouco? Falei muito? Eu falei? Nem lembro... Deixo quatro versos.

O encarar perfurante
não queria me largar;
ou talvez quisesse,
e eu não deixava soltar.

Acho que o detalhe maior está nas minhas bochechas vermelhas e na sua risada pós-olhar. Timidez conjunta, quem sabe? Eu romantizo até amizade, espero que me perdoe. A realidade é mais difícil de ser descrita que a ficção, haha. Aos meus leitores, se realmente tenho algum, eu acabo por aqui... Feliz ano novo.

A você, peço um reencontro. Conversar foi bom.