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Fotografia por Isa Valença |
- Ei! Não chora, não, meu bem… Olha só, eu te trouxe um presente. – A garota tirou do bolso um pacotinho cintilante, entregou para o rapaz e sorriu um tanto impaciente. – Vamos, vamos! Abre. Você vai gostar. – Sentou-se ao seu lado e esperou ansiosa.
O jovem, secando as lágrimas, abriu o pacotinho, e uma luz forte invadiu seu campo de visão. – O que é isso? – Perguntou ele, ainda triste, mas visivelmente maravilhado. Ela riu e encostou a cabeça no ombro do amigo, tirando o fogo intenso de dentro do pacote. – É meu beijo em forma de estrela. – Levou a chama até o peito do rapaz e os dois ficaram observando o crepitar delicado daquela pequena estrela. – Achei que elas fossem maiores. – Ele disse pousando um dedo sobre o brio infinito daquela coisinha miúda. Ela se levantou, rindo divertida. – Não, só as do céu. As estrelas que sentimos são assim, pequenininhas, bem frágeis. Eu estou te dando uma minha… – Voltou-se para ele com um sorriso leve. – É uma bem importante. Ela cresce dependendo do que você faz com ela. Mas se você não a quiser… Não se preocupe, ela não vai se apagar tão rápido. Você ainda vai poder admirá-la por um tempo, ela se esvanece lentamente.
Ele pareceu preocupado, encarou a estrelinha em sua mão, tão brilhante, tão pura… – Eu não sei se você deve me entregar isso. – Ela fez um gesto despreocupado e ajoelhou-se à sua frente. – Você precisa sair um pouco dessa escuridão, sabia? – Aproximou-se e beijou seus lábios, de uma forma tão delicada quanto a estrela que estava na mão dele. O brilho aumentou sutilmente e dois sorrisos se fizeram. – Acho que o calor da sua estrela secou um pouco das minhas lágrimas.
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