Hoje em dia ando a ver quatro sorrisos: o do
quarto, o da festa, o do bar e o de sempre.
A verdade é que o de sempre me cansa. Estou
ali, tentando dormir, de repente BUM! Aquele sorriso de arcada perfeita direto
para mim. Um sorriso largo, forte, decidido. O sorriso simples de felicidade
plena... O sorriso irritante de quem acha que fez muito, mas na realidade não
fez nada. Sorriso de quem some. Sorriso de quem esquece. Sorriso de ex, sim. O
sorriso de ex me persegue. E não chega sozinho, claro que não, ele acompanha as
músicas chorosas e a dor infeliz. É que quatro anos não me parecia merecer um
fim tão brusco. “Some”. Sumi, o dono sumiu, mas o sorriso de sempre não.
E agora confesso que o do bar me encanta de um
jeito até esquisito. Ele aparece sem mais nem menos, aquele sorrisinho de
lado... Acompanhado de um aceno negativo com a cabeça. Eu não sei o que aquilo
significa até agora, acho que por isso estou tão intrigada. Não é nada como o
sorriso de sempre; nunca se fez por mim, em mim e comigo. Fez-se para mim em
uma ocasião ambígua demais para que eu o decifre. Pois ficou sendo um sorriso
que me constrangeu. Acabou com nada além do sorriso... E ficou na minha cabeça,
pintou-se nela.
O da festa é confuso. Não me lembro de vê-lo na
minha frente, lembro-me de senti-lo e sorrir junto. Foram bons sorrisos
bêbados, alegres. Sorriso suspeito e surpreendente o da festa. Este me é
instigante, entretanto. Gostaria de tê-lo sentido um pouco mais. Mas ele me
deixou falar pouco, só sorria. Imagino-o melhor por foto. Vi uma vez, deixei
para lá. Sorriso de uma noite que se apagou pela manhã. Não acho uma pena.
Agora o do quarto me é enorme em mente. Não que
ele seja realmente grande, não é. Sorriso de boca pequena. Vejo-o já tem tempo.
Queria tê-lo mais do que tenho... Até porque ele, verdadeiramente, não é nada
meu. Sorriso que me é uma felicidade em ver, mas prefiro quando beijo. Adoro
beijar o sorriso do quarto, por mim eu beijava toda hora! Subia na ponta dos
pés e beijava o dia inteiro aquele sorriso de quem sabe mais. Vejo o sorriso e
lembro da voz, e então eu sorrio também. Sei que é uma besteira, mas gosto
muito. E sinto falta quando não vejo.
Meu preferido?
Haha...
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