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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rapto-me como camaleoa...


Fotografia por João Paulo e Paulo Ricardo (GemeosVB)

São as curvas,
as linhas,
as cores claras
e breves...

Deixe-se levar pelo vento de si mesma. Não há mais pesar, não há uma nuvem sequer no céu... Só o vento de si mesma. Ou, no caso, o vento de mim mesma. Eu mesma? Eu, mulher. Não sou mais tão breve por ser do sexo frágil (forte!), não tanto quanto meu próprio corpo que vem e vai e se refaz. Já me fiz pesadelo e sonho de uns e de outros, agora sou realidade própria. Tão real quanto a minha venda caída sob os ventos de mim mesma. E vejo em varal, suspendidas todas as vendas de todas as vadias vorazes que somos eu, você...

E a adaptação ao meu “ne me quitte pas” já é maior do que ele próprio. Pode ir, pode me deixar... Sou a liberdade das mudanças dos meus ventos dos meus leitos e meus peitos. Eu não me deixo sozinha, não se preocupe. Tenho as curvas, as linhas, as cores claras e breves que tiram a minha própria brevidade. Em meu caso ainda há vida, eu me reconheço como eu, não preciso de baratas. Lá se vai a terceira perna, para sempre... Pois enfim.

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