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domingo, 18 de novembro de 2012

Blitzkrieg der Angst

Fotografia por Pedro Santos


Prazer, eu sou o Medo. Eu te persigo dia e noite. Pelas ruas, pelos corredores, de bicicleta e a pé... Entro no mesmo ônibus que você, decorei a placa do seu carro. Como é que você quase nunca me vê? Eu sei que sente minha presença, tem até calafrios, mas você quase nunca me vê... São raros os momentos em que me encara, apreensivo, falido de coragem. Talvez eu seja sempre meio obscuro, não é? Não posso manter essa afirmação como certeza, sabendo tenho o dúbio como a minha principal arma. Mas como que você quase nunca me vê? Acho que essa sempre foi uma das minhas maiores frustrações.

Olha pra mim... OLHA PRA MIM! Agora, me vê? Sim, eu sou o Medo. Não me acho feio como você me pinta. Passo o dia de terno, trabalhando. Todo mundo precisa de um pouco de mim, você sabe, né? Por isso trabalho sempre, toda hora. Mas não tem problema, eu gosto. Gosto de ver a carinha assustada de cada um, observar os passos temerosos que são dados pelas pessoas. Um. De. Cada. Vez. Eu estou por cima, meu caro, entende? Você entende agora o porquê de nunca se livrar de mim? Eu estou POR CIMA!

Não desvie seus olhos de merda! Não era o que você queria? Encarar-me de frente? Pois aqui estou, sou teu Medo, o Medo de todo mundo. De vez em quando tem essa coisinha chata de aparecer pra alguém como eu mesmo. HAHAHA Não, não... Não quero te derrotar, meu trabalho é só fazer você sentir. Ah, mesmo? Não sabe o que fazer? Ninguém encara o Medo de verdade, meu amigo, ninguém. Vocês, humanos, têm mania de quererem ser superiores a tudo e qualquer coisa. Quem manda em vocês somos nós! Não, não é um sonho. O que você quer fazer? Você quis me encarar, agora trabalhe na superação, estou esperando.

ISSO! Supere-me! Quero ver. Não vou nem lutar dessa vez, só minha presença já te apavora mesmo. Não? Suas mãos tremem, seu suor corre frio pela testa. Eu produzo isso. São as consequências de me ter tão perto. Estou tão perto que te sinto fraquejar, seus dentes estão batendo e não é frio... Esse ranger deles também não é raiva. Isso é o pavor. Eu não sabia, mas te possuo por inteiro, não é? Você é meu bonequinho. Minha marionete. Pernas trêmulas, hahaha. Mas que bobagem estar aqui, você mesmo já é uma prova viva de que eu sou insuperável.

Terminou? É isso? Não preciso de mãos, não preciso nem te ver. A porta está trancada, a chave está comigo, e você não vai pular a janela do quinto andar. Você é meu, até mesmo quando acha que tudo acabou, você é meu. Mas não chore, não é o fim do mundo! Aprenda a acolher-me como fez com a loucura. Que tal? HAHAHAHAHAHAHA, patético! Vocês humanos são todos patéticos! Diga-me quando você se acabar... Tenho toda a eternidade, sim, mas ela não pode ser gasta com você. É, o Medo te controla.


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