Eles eram engraçadinhos, não andavam de mãos
dadas, não ficavam se enchendo de beijos ao sentarem um do lado do outro, mas
conversavam bastante e riam mais ainda. Andavam por Londres quase que
brincando, a menina não parava de sorrir, maravilhada com a cidade. Era cinza,
mas de uma beleza literária sem igual! O jovem a acompanhava, sem passos largos
tendo em vista que era bem maior que ela. Dois amigos. Os mesmos dois amigos de
três anos atrás.
Em dois passos chegaram a uma livraria
pequenininha, daquelas que ela só havia visto em filmes. – Ah, não... Quer
parar em OUTRA livraria? – Ele dizia revirando os olhos, mas logo depois a
cutucou para dentro da lojinha. O local era aquecido, diferente das ruas
chuvosas da capital inglesa. Havia uma escadinha para alcançar os livros em
prateleiras mais altas, e a mocinha a escalou, empolgada com o que poderia
achar. – Você tá com o dinheiro aí? Acho que faremos mais uma compra! –
Comentou ao passar o dedo indicador por um livro específico. – Mas assim vamos
gastar todo o dinheiro em seus livros! ... Ok, tá aqui. – Ele pegou um exemplar
inglês de Nietzsche e passou a folhear, um tanto desinteressado apesar de
gostar das ideias niilistas. – Veja, veja! – Ela disse, mostrando-lhe o livrinho, de bolso. – Não é maravilhoso? – Ela sorriu. A arte da capa era
uma beleza mesmo, o título e o autor desconhecidos para ele. – Quem é esse? –
Perguntou. – Ah, sei lá. Mas parece interessante... Gosto de coisas novas. – Ela
subiu novamente a escada, uns três degraus, e o chamou para mais perto com o
mesmo indicador que escolheu o livro desconhecido. Ele se aproximou, sorrindo. –
Amizade é boa assim... – Ela riu e o beijou, e ele a retribuiu divertido.
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