Tenho três horas de sono se eu for dormir
agora. Mas eu não vou dormir agora... Agora eu vou escrever sobre “feel
infinite” de novo. E sobre como as músicas do David Bowie me arrepiam de uma
forma única. Acabei de assistir As
Vantagens de Ser Invisível de novo. E eu chorei de novo. Não sei se tudo
vai mudar de repente, e não sei se as coisas vão finalmente melhorar. Seria bom
se eu pudesse deixar tudo para trás e começar do zero.
Não é que eu esteja cansada. Eu estou exausta.
Não consigo dormir direito tem pelo menos um mês, e acho isso muito ruim. Não
consigo estudar também. Isso atrapalha bastante... Não sei se vou entrar pra
faculdade. Não sei nem se eu quero entrar pra faculdade. Ou se quero trabalhar
um dia. Ou se quero envelhecer, e me aposentar, e sofrer porque desperdicei
toda a minha vida num emprego que eu odiava. Talvez eu acabe gostando do meu
emprego, não? E talvez eu me aposente e viaje. Space Oddity nos faz chorar sem nem prestarmos atenção na letra –
mas pode ser que eu esteja muito sensível.
Estou pensando em assistir Christiane F.
novamente (pela quinta vez). Porque me faz querer ser alguém um dia. Mas eu não
consigo dormir direito tem pelo menos um mês, e acho isso terrível. Não consigo
estudar também. Não consigo estudar direito há pelo menos três anos. Meu Ensino
Médio inteiro passou, e eu estava de olhos fechados. Ou marejados. “She
knows...” e lágrimas. Parece um drama bem besta, eu sei. É um drama bem besta
mesmo. Drama de menininha de 17 anos, sofrimento inventado. Mas não é. Está
tocando Heroes de novo, e só consigo
pensar em como eu odeio a escola. E em como eu fiz todo o meu dever de
matemática, mas não sei a matéria. Está tocando Heroes e meu sofrimento não é inventado. Eu choro todos os dias.
Alguém me disse um dia que não existe isso de “tem gente muito pior do que você
por aí” porque cada dor é uma dor. E o que dói em mim, não dói em você.
Não estou justificando nada. Eu só não sei
mudar as coisas... Eu não sei mudar essa minha rotina
comerchorarcomerchorardesmaiarcomerchorarcorrer. Não saio por aí correndo. Eu
corro na minha mente, as pessoas falam comigo e eu estou nos meus vinte anos. E
eu não me acho nos meus vinte anos. Queria dizer pro meu amigo do primeiro ano
que tudo piora, mas eu não posso... Porque talvez – e espero que com certeza –
as coisas melhorem pra ele. E queria dizer pra minha irmãzinha-adotada do
primeiro ano (também) que ela tem que ser feliz de outro jeito. E eu não posso
inspirá-la. Nunca poderia.
As pessoas são muito mais complicadas do que
aparentam, eu sei. E eu tento me apresentar simples também... Espero conseguir.
Pensei nisso agora porque não entendo. Eu nunca entendi as pessoas, eu acho. E
é frustrante nunca saber o que os outros estão pensando. E isso me faz querer
chorar ainda mais.
Eu costumava achar que ia me casar com meu
melhor amigo, mas isso mudou agora. Eu fico incomodada ainda com essa mudança,
mas tenho que me acostumar. Minha cabeça está doendo agora. Tenho menos de três
horas de sono se eu for dormir agora e há duas semanas que não vejo quem me
acha especial. Porque eu sou o alguém especial de uma pessoa bem mais especial
que eu. Nunca vou entender, mas não ligo.
Meu livro não está pronto. Eu sinto falta dos
amores, mas não de todos.
<3
ResponderExcluirEmpatia, Ninna, se me permite. Engraçado que me ocorre o contrário. Quanto mais entregue às confusões dos pensamentos, menos como, mais durmo. Heroes sempre foi simbólica pra mim e talvez você entenda o porquê: christiane, detlev e os outros correndo para o terraço. Via neles o lampejo do espírito juvenil que eu esperava ter e nunca apareceu. Será que errei? Estou lendo As Vantagens de ser Invisível de novo, mas eu não tive uma tia abusiva que justifique o estranhamento às situações comuns à adolescência. Será que errei? As aulas passam e também estou exausta. Mas espero que tenha saída. Não sei se espero, mas os outros esperam isso de mim. Escreva mais, por favor?
ResponderExcluirNão sei o motivo, mas quero compartilhar um vídeo com você: http://www.youtube.com/watch?v=KdDATlLXHmg
ResponderExcluirTó.
(E você é incrível)