Boa noite a todos os presentes convidados, colegas, professores, funcionários.
Disse Saramago uma certa vez: "Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida". E o que é que sabemos até agora? Na realidade, muito pouco, mas estamos aprendendo.
Há muitas palavras para descrever o que passamos, e ainda mais palavras para descrever o que esperamos da vida a partir de agora. O problema é proferi-las sem contradizer uma ou outra pessoa, ainda mais sabendo de todas as diferenças encontradas não somente entre os formandos, mas entre todos que estão aqui presentes. Entre os politizados e os que apenas querem curtir a vida, entre os chamados “nerds” e os “populares”. Talvez no fundo sejamos todos iguais, todos buscando viver.
Muitos dirão que a vida é feita de atos, outros dirão que a mesma é feita de palavras. Eu digo que a vida é feita de música. Todos os momentos, todas as fases. Somos partituras vivas. Partituras que ainda serão incrivelmente modificadas e nunca estarão perfeitas, mas podem muito bem ser um grande sucesso. E quem nos escreve? Quem nos modifica? Começa com a família, depois amigos, depois professores... Cada partícula da sociedade coloca uma nota diferente.
Por falar em professores... Agradeçamos a eles pelo que nos ensinaram, e também por aprenderem conosco. Talvez uns tenham marcado mais que outros, talvez uns tenham lidado melhor conosco do que outros, mas no final todos eles são pessoas que mais tarde nos lembraremos com uma sensação boa e saudosa. Mais que professores, companheiros. Mais que companheiros, amigos. Então acho que falo por todos ao dizer: obrigada por tudo, pelas experiências; pelo apoio, do fundo da alma.
Quanto aos colegas de sala, nada se compara ao paradoxo de carinho e irritabilidade existente entre nós. Sim, porque nem tudo são flores. Mas é com eles que aprendemos a lidar com cada tipo de gente existente, desde o mais introspectivo até o mais extrovertido. Construímos aqui amizades fortes, elos que decidimos serem inquebráveis. Também formamos relações de inimizade, algumas realmente sem muito sentido, outras com razões ainda discutíveis e mesmo assim estamos todos aqui, comemorando juntos.
Comemorando juntos... Afinal, qual o sentido dessa festa toda? Viemos aqui, vestimo-nos belamente, para quê? Criamos expectativas, esperamos ansiosamente pelo fim do Ensino Fundamental... Mas ainda temos três incríveis anos de escola pela frente. Não falo em tom de ironia, realmente acredito que o Ensino Médio possa ser uma das melhores fases de nossas vidas. E para aqueles que se desanimam com isso... O que são mais três anos para quem já enfrentou oito?
Para o fim desse ano tudo o que precisamos é ânimo. Ânimo para continuar vivendo, aprendendo e ensinando. Ânimo para continuar conquistando, caindo e levantando. Somos o futuro, não somos? Então por que não tornar esse futuro algo surpreendente? Cazuza diz que o tempo não pára... Se não o aproveitarmos da melhor forma possível, será difícil ser feliz.
Novamente em palavras de Saramago: "Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa somos nós". E nós, meus caros, somos responsáveis por muita coisa. Lembrando que o mundo é santo, nós que o deixamos malicioso.
Obrigada mais uma vez, e tenham uma boa noite.
(Ninna de Moura Abreu – Oradora das turmas de 9º ano do Sigma Norte de 2010.)
Belíssimo discurso! Impossível esquecê-lo.
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