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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sorria



A vida não existe. Estou com vontade de chorar porque a vida não existe. Isso chega a ser meio contraditório tendo em vista que chorar é um dos meios de mostrar que há vida. Chorar é bom... Mas não, a vida não existe. E se existisse, a vida não seria boa. Tenho visto filmes, bons filmes, e lido livros, ótimos livros... E quando se reúne tudo o que vi, li e ouvi... Bem, o resultado não é dos mais agradáveis. Mas vi um filme específico que me fez pensar e me fez chorar. E eu chorei tanto que até me assustei, um choro silencioso que mal chegou a sair da minha garganta. Estou desconfiada que o mundo é uma invenção nossa; e que a vida é uma invenção nossa.

Sonho bastante e meus sonhos fazem muito mais sentido que minha vida de verdade. Talvez eu esteja enlouquecendo mesmo, talvez eu esteja certa. Espero que eu esteja enlouquecendo. Aliás, é isso mesmo. Um amigo meu disse-me que só por perceber minha insanidade, isso já faz de mim alguém sã. Eu não acredito nisso... Os sãos sabem que não são problemáticos, bem como os problemáticos fingem que são sãos. Eu finjo que sou sã. Mas isso não importa, o que importa é que a loucura abre a mente mais do que gostaríamos que abrisse.

Penso demais também. Não deveria contar assim, mas tenho sérios problemas psicológicos. Acreditava serem apenas emocionais, mas não podem ser. Todos me enganam... Todos querem me colocar contra a parede e arrancar de mim palavras que eu mesma desconheço. Quer saber o que há comigo? Ando muito desorientada. Mas não, não, ninguém quer saber o que há comigo. Querem saber o que há com o planeta. O mundo é doido. Sério, você o inventou assim, não adianta reclamar agora. O mundo é doido, louco, maluco! Ele foi feito para te fazer enlouquecer com ele. E ele foi feito por você.

Não sei ter medo. Nem da pobreza, nem da velhice, nem da morte, fome, dor, solidão. Eu não tenho medo. Eu tenho ódio. Tenho ódio dos que têm medo e jogo neles a minha carga pura de falsidade. Mas é quase real, falo o que acho sempre. Só que com o tom errado. Tenho ódio também do meu eu. Não do meu eu que foi criado pelo mundo, mas do meu eu interior, o meu eu que criou meu mundo mentiroso e instável. Tenho ódio do sofrimento que passo todos os dias por meu eu interior ser tão dramático! Tenho o puro ódio.

Mas agora, deixando de lado essa história meio doida sobre mim – aliás, acredito que ela seja realmente muito entediante –, vamos começar a pensar. Já tocou seus próprios dedos? A sensação é estranha e quase nula. Agradável, não é? Incrível como seu corpo foi todo feito como uma armadura de sobrevivência. É, você não foi feito para matar animais maiores, somente os menores. Você mata coelhos com facilidade. Só usando as mãos, os dentes e o que mais quiser usar desse seu corpo considerado frágil. Mas se for lutar com um leopardo, quem você acha que ganha? Mas esse não é o jeito certo de viver, é?

Não há um jeito certo de viver, pois não há vida. Se quiser trucidar todos os seres vivos, você agora pode, porque seu lindo cérebro superdesenvolvido trabalhou bastante e chegou com sucesso às armas. Armas de todos os tipos. Armas... Armas emocionais e psicológicas. Deixar uma pessoa com medo é fácil. Mais fácil ainda se a pessoa não te conhece. Vire para ela, encare-a até que ela perceba. Depois continue encarando. O incômodo é o início do medo. Mas tudo isso é besteira. Você não precisa manipular ninguém quando sabe que brinca disso todos os dias.

Já imaginou morrer? Acho morrer a coisa mais linda do mundo. É o fim de uma inexistência que pode ter sido tanto plena quanto perturbadora. Você morre para inexistir em outro lugar. Gosto de caveiras porque são a interpretação pura da morte. Eu torço para morrer a cada incidente ou situação de risco que me encontro. E quando não acontece, continuo inexistindo com a certeza de que meu fim está próximo. Já te enfiaram uma agulha de mentiras? Pois enfiaram em mim, duas vezes na mão esquerda, uma na direita, uma vez no braço esquerdo e eu não imagino quantas no direito (porque encontra-se muito roxo, mas eu estava dopada na hora). Eu quero morrer sem dor. Porque a dor é o início do incômodo, que, como eu já disse, leva ao medo. E eu não quero temer a morte.

É uma pena eu não conseguir seguir um raciocínio lógico, me perdoe, eu peço, imploro. Tenho raiva de não ser quem finjo ser. Pois ontem mesmo abri-me com um outro amigo meu e nossas situações, apesar de opostas, são realmente parecidas. Absolutamente! Devo dizer que sinto uma grande agonia por ele. Não sinto por mim porque sou patética. Ele não. Às vezes temos que esquecer tudo, não? Tomar um banho quente e fingir que nada está acontecendo. E quem disse que está?

Mudanças não existem. Ninguém muda, só amadurece. Amadurecer uma ideia antiga não é e nunca foi muda-la. Tenho a impressão de que perdi o foco com isso. Sim, sim. Nada realmente existe, nada te garante que isso que você vive não é um sonho e seu sonho não é a realidade. Quem sabe a realidade não é meio louca e atemporal, certo? É mais fácil de acreditar nisso do que num mundo melhor. Eu vivo na consciência da falta de poder sobre a minha vida e a submissão que tenho quanto à minha mente. Ela que manda em mim.

Vou dormir. Isso não chegou a lugar algum. O propósito era esse. 

Um comentário:

  1. Lares aqui.
    INCEPTION. muhahahhah
    Po, Nins muito bom '-' não sabia que você escrevia tão angelicalmente (?)
    continue que você ta destinada ao sucesso, tenho certeza :D

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