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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Querida eu aos cinqüenta...


Como está tudo? Tenho tantas perguntas, tantas dúvidas! De fato, não sei nem por onde começar... E sei que não haverá resposta, mas quero muito que leia isso, que reflita sobre isso. Então, acho que devo começar.

Ainda estamos vivas? Tomara que sim, não é? Se não estivermos, isso que escrevo não valerá de nada... Diga-me então, amadurecemos finalmente? Ou ainda somos aquela criança que ainda acredita num amor verdadeiro? Ainda há aquelas apostas consigo mesma? É, do tipo “aah, se passar um carro vermelho agora é porque o almoço será bom”! Ainda temos isso? E aquele machucado no joelho? Não ficou nem uma cicatriz, espero... Foi uma queda muito tosca, não? Pelo menos não quebramos nada.

E financeiramente? Fizemos o que queríamos fazer? Fomos bem-sucedidas na área em questão? Não acho que seria bom fazer algo que nos desse dinheiro sem gostar disso? Vixe, estamos morrendo de fome! Pode falar, eu sei que estamos... Ou estamos tristes, descontentes com o que fazemos? Prefiro morrer de fome...  Ah! Escrevemos aquele livro? Nem que não tenha sido um best-seller, concluímos finalmente uma história? Espero que sim!

Família... Temos alguma? Tivemos um grande amor maior do que aquele outro? Ou pelo menos reencontramos esse mesmo amor? Casamos, tivemos filhos? Imagino a nós solteironas, apenas... Não é? Sozinhas, mas com aquele sorrisão no rosto! A titia maluca, talvez. Fizemos aquelas tatuagens que queríamos? E estão boas ainda? Disseram-me que aquilo ficaria nojento mais tarde... Feio, sabe? Ficou feio? 

Nossos amigos dos quinze são os mesmos dos cinqüenta? Aquele amigo em especial, aquele se drogava, fumava, bebia pra caralho, ainda está vivo? Parece meio ruim falar assim, mas tenho essa impressão. Você se lembra desse amigo, eu sei que sim. Ou não? Lembra-se então do seu praticamente irmão? Aquele que antes tinha um cabelão... Queria ser o Slash, ele dizia. Ainda falamos com ele? Eu gosto dele, não quero deixar de falar com ele... E o loirinho? Eram melhores amigos os dois. Sabemos como estão ainda? Ainda nos importamos? Ainda queremos os dois para sempre em nossas vidas? Disseram-me que as amizades mudam, que amigos vêm e vão. Mas ainda temos aquele nerd como melhor amigo, certo? Aquele que odeia as drogas, que só quer o nosso bem. Ficamos bêbadas com ele? E se sim, foram muitas as vezes que ele nos levou de volta para a casa, nos colocou no sofá e segurou nosso cabelo para vomitarmos no vaso? E aquela amiga desenhista? Ainda a temos? Ela nos xingou bastante, suponha... Chamou-nos de louca certamente. Ainda gostamos de abraçá-la e de chorar em seu ombro? Ainda a vemos como a melhor?

Quero saber mais... Nossos primos ainda são nossos irmãos? E nossa irmã ainda nos venera como antes? Deixou de ser tão chata e implicante? E nós? Deixamos de provocá-la? Mas voltando aos primos... Suponho que tenhamos saído muito com os gêmeos, certo? Fomos para altas baladas! Oras, diga que sim. E o caçula deles? Mais velho que nós alguns meses apenas. Ainda podemos contar com ele para qualquer coisa? Ele ainda lê nossos textos e nos diz que somos muito fodas? Esse, de certo, é nosso melhor amigo. Melhor que ele, nosso primo, acho que ainda não encontramos. Ou encontramos?

Como foram os dezoito, os vinte, os trinta, os quarenta? Quantas foram as decepções? Pois não só de felicidades vive uma mulher. Brigamos muito? Choramos muito? Arrependemo-nos de algo que fizemos ou, pior, que não fizemos? Deixamos muito a vida passar ou a vivemos como queríamos? Apanhamos? Fomos levadas à polícia? Fomos roubadas, maltratadas ou mesmo estupradas? Afastamos quem não devíamos ou acolhemos quem não merecia? Erramos feio e bastante? Tomara que sim... Mas aprendemos com os erros? Rimos quanto? Gargalhamos com o quê? Emocionamo-nos de que forma? Ainda se lembra do primeiro beijo? Dizem que é inesquecível... Aquele atrás da escola, sabe? Cremos na anarquia ainda? Sucumbimos ao capitalismo? Ainda rimos das patricinhas ou viramos algo parecido a elas? Pintamos o cabelo de turquesa? O que achamos da vida agora que vivemos um monte e ainda temos mais um pouco? Queremos chegar aos cem anos ou sem mais qualquer ano está de ótimo tamanho? Descobriram a cura da AIDS? Riram muito quando o mundo não acabou em 2012? Falamos “eu te avisei” para cada um que passava?

A vida passa rápido... Talvez leiamos isso aos vinte e cinco, aos trinta e dois, aos quarenta e sete, aos cinqüenta e quatro, aos sessenta e nove, aos setenta e oito... Talvez nem leiamos. Mas só tenho mais uma dúvida: aproveitamos?

3 comentários:

  1. Eu nunca sei o que comentar, o que sei é que gosto bastante do jeito que você escreve!!
    Beijokas haha

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  2. Lembrou de um livro que li quando era bem pivete, Biza Bia, Biza Bel. O livro é sobre uma menina que recebia cartas dela mesma mais velha, ou algo assim.

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  3. Vish, alguém antes de mim roubou minha ideia D:

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