"Eram quatro horas da manhã de uma terça-feira chuvosa. Minha cabeça parecia que ia explodir. Abri os olhos com extrema dificuldade e encarei a parede que se mostrava enegrecida pela penumbra matinal que invadia o meu quarto pela pequena janela acima de minha cama.
Passei meus longos dedos pela superfície fria e enrugada que se encontrava à frente de meus olhos. A dor permanecia em minha cabeça, vagando por lá como quem diz que não deixaria o local tão cedo. Escorreguei minha mão pela parede até o colchão em que me encontrava, acompanhando sua superfície.
Mudei de posição na cama, de modo que eu conseguia ver apenas a porta entreaberta, na outra extremidade do pequeno quarto que não chegava a ser tão longe. Um feixe de luz penetrava o quarto e irritava meus olhos, deixando minha cabeça latejante. E então a luz desapareceu, e junto com ela minha visão se foi por uns momentos.
Logo que voltei a enxergar direito, ou pelo menos razoavelmente, observei uma sombra na porta. O vulto se encontrava parado e seus olhos estavam atentos em mim. Ouvi um rangido alto enquanto a porta se abria, abrindo passagem a uma mulher alta de cabelos lisos e de tons acobreados que se aproximava tímida e cautelosa, parecendo receosa em me acordar. Eu continuava imóvel e com os olhos meio abertos.
A mulher, por mim chamada de mãe, sentou-se em minha cama vagarosamente, fazendo ecoar um som de madeira velha. Ela passou as costas frias de sua mão em minha bochecha, fazendo-me sentir arrepios. Beijou-me delicadamente a maçã do rosto e eu pude sentir gotículas de uma água salgada e tristonha cair em meus lábios.
Sentei-me na cama encostando-me na parede que abrigava a janela miúda e solitária e sequei as lágrimas do rosto de minha mãe com a ponta do polegar. Ela segurou minha mão e a beijou, logo depois me abraçando como se sua vida dependesse de mim. E dependia."
que lindo! a minha amiguinha é escrito, beijos aushuahsu'
ResponderExcluirer... x_x
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