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domingo, 22 de novembro de 2009


"A vida é um hospício, e somos todos loucos tentando sobreviver às armadilhas do destino"


{Ninna Abreu}

sábado, 21 de novembro de 2009

'Everybody is Changing - 1st part

"Eram quatro horas da manhã de uma terça-feira chuvosa. Minha cabeça parecia que ia explodir. Abri os olhos com extrema dificuldade e encarei a parede que se mostrava enegrecida pela penumbra matinal que invadia o meu quarto pela pequena janela acima de minha cama.

Passei meus longos dedos pela superfície fria e enrugada que se encontrava à frente de meus olhos. A dor permanecia em minha cabeça, vagando por lá como quem diz que não deixaria o local tão cedo. Escorreguei minha mão pela parede até o colchão em que me encontrava, acompanhando sua superfície.

Mudei de posição na cama, de modo que eu conseguia ver apenas a porta entreaberta, na outra extremidade do pequeno quarto que não chegava a ser tão longe. Um feixe de luz penetrava o quarto e irritava meus olhos, deixando minha cabeça latejante. E então a luz desapareceu, e junto com ela minha visão se foi por uns momentos.

Logo que voltei a enxergar direito, ou pelo menos razoavelmente, observei uma sombra na porta. O vulto se encontrava parado e seus olhos estavam atentos em mim. Ouvi um rangido alto enquanto a porta se abria, abrindo passagem a uma mulher alta de cabelos lisos e de tons acobreados que se aproximava tímida e cautelosa, parecendo receosa em me acordar. Eu continuava imóvel e com os olhos meio abertos.

A mulher, por mim chamada de mãe, sentou-se em minha cama vagarosamente, fazendo ecoar um som de madeira velha. Ela passou as costas frias de sua mão em minha bochecha, fazendo-me sentir arrepios. Beijou-me delicadamente a maçã do rosto e eu pude sentir gotículas de uma água salgada e tristonha cair em meus lábios.


Sentei-me na cama encostando-me na parede que abrigava a janela miúda e solitária e sequei as lágrimas do rosto de minha mãe com a ponta do polegar. Ela segurou minha mão e a beijou, logo depois me abraçando como se sua vida dependesse de mim. E dependia."

'Final'

"Contigo sou uma confusão
Sem ti sou uma conspiração

Com toda minha hipocrisia
Comentei que não te suportaria
Agora choro pensando em toda pouca alegria

Mostro-me de pé, erguida
Porém encontro-me desanimada, falecida

Encantada com teus defeitos, iludi-me
E tudo o que me falaste destruiu-me

Resumo em versos o que não consigo
Explico a dor que tenho como abrigo
Jogo a culpa em teus braços, mas ainda a sinto

Agora deito o lápis e amasso o papel
Tento jogar fora o amor que ainda existe
Mas isso me mata, me aflige."


{Ninna Abreu}