YayBlogger.com
BLOGGER TEMPLATES

sábado, 17 de setembro de 2011

"I need you so much closer..."




And even not talking to you, I need your voice, I need your spectrum of presence holding me at night and saying that you love me. I'll never forget what will always be ours. I need you, even if it's not close, even if it's not here. I need your smile and your secrets. I just love you, I always loved you... And I'll love you forever. Please, don't let me go again, don't let me go as you always do... You're my past, you're my present, you're my future. I love you. I need you. I want you. Please, stay here with my heart, and love this, love me, love our love.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Colher, boi, coisa.

Observação inicial: Primeiro texto meu para se ler em voz alta, não tenha vergonha, solte-se... Faz bem gritar consigo mesmo às vezes.

Seu sorriso indecente me pegou desprevenido. Como um vento repentino leva um chapéu de moça, seu sorriso indecoroso levou minha consciência. O que fazia com aquele copo de mágoas na mão esquerda? Eu sei, eu sei, estava prestes a derramá-lo sobre mim. Nunca fora terna, e não o seria naquele momento. Por que ainda estava com ela?  Por que ainda a queria em minha pequena e cabível vida? Ela desconfigurava tudo, desestruturava todos os eixos antes bem colocados por mim. Os de fora chamavam o que tínhamos de amor, eu chamava de puro desespero. Um desespero tão incomodo, mas ao mesmo tempo tão intrínseco, que confundia-me. Num ato tão inesperado quanto seu sorriso indecente, bebeu as mágoas. As mágoas que deveriam ser minhas, que agora deveriam estar em minha garganta, presas. Um favor egoísta não é um favor.

Aquilo que todos chamavam de amor, aquilo que eu era obrigado a considerar amor, aquilo que ela jogava-me na cara como amor, aquilo simplesmente enojava-me. E ela continuava ali, bebendo de sua amargura e encarando-me com os olhos de ressaca da noite anterior. Aquele olhar fazia-me mal, derretia-me a alma e escandalizava-me a mente. Mas perder aquilo não era uma opção. Eu simplesmente não podia deixá-la viver para outro, porque então esse ódio e pavor que sinto dela e por ela não fariam qualquer sentido.

Cabelos negros como o ébano da janela de nosso apartamento frio, e ela joga esses cabelos para seduzir-me, sei que sim. Mas ela não me seduz, nada naquela pele macia de pecados, ou mesmo naqueles seios delicados de covardia, nada nela me seduzia. Os cachos definidos eram o símbolo do meu passado estúpido. Tudo nela... Eu simplesmente... Tudo nela enfeitava meus desejos mais mórbidos de quebrar aquele pescoço moreno e frágil. Sentou-se ao meu lado, o copo vazio era apenas mais uma metáfora para o oco que habitava nosso interior.

Seus braços desnudos eram o meu silêncio sombrio, seus lábios experimentando o ar derretido ao seu redor eram o meu suor nervoso. E esse suor quase sólido, ainda que me saísse dos poros apenas de forma conotativa, sufocava-me o âmago. E esse meu ser suado de terror e ternura ainda era minha própria ilusão de mim mesmo, a ilusão de um indivíduo tão incapaz de ser amado ou detestado, que chega a se afundar nas tristezas daqueles que não conseguiram deixar a imaturidade.

Lá estava ela, sorrindo seu sorriso indecente, indiscreto. Encarava-me como se eu fosse um pobre coitado que não merecia o que tinha, se é que tinha algo. E por um momento fui levado ao status de uma aranha indesejada, um mísero aracnídeo que merecia a morte. Eu era, e eu sou, esse inseto que é fitado por olhos tão verdes quanto o mar... Mas eu só conseguia vê-los vermelhos de sangue. Talvez os olhos que estivessem vermelhos de fato fossem os meus e esse meu ódio de querer mais e mais e mais... E mais... Esse meu ódio de querer seu oportuno ódio que não existia, que nem sequer manifestava-se, mesmo que inintencionalmente!

Querido eu. Aliás, querido não. Desprezado e emancipado de sentimentos eu, por favor não a ataque. Esses seus gestos, ou melhor, reflexos de movimentos fatais não são uma ideia nem ao menos considerável. Largue disso, desprezado e emancipado de sentimentos eu, por favor largue disso. Sorrir de volta um novo sorriso de desprezo pelo meu próprio ego era o que eu poderia fazer, e foi o que fiz. Seus lábios impuros e secos tocaram os meus e minhas faces contraíram-se numa expressão de insanidade pura, não escolhida e não querida insanidade. Esse breve momento foi interrompido e ignorado por nós. Levantando-se então para dar-me o golpe certeiro, ela me fez a pergunta final...

- Quer também?