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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fim.



“Tudo acaba rápido demais.”

O sol bateu forte contra os seus olhos, aquele sol de onze horas que te pega de surpresa, de repente está te cegando. Quanto tempo estivera ali, parada, olhando para os carros que passavam? No final não importava, ela não tinha mais nada para fazer, não havia mais nada que ela quisesse fazer. Percebeu que estava com um sorriso idiota na cara logo em seguida. Imagina que patético, provavelmente estivera com esse sorriso por mais tempo que gostaria.

A ficha ainda não caíra, ela sabia disso, mas somente disso. Ele não a amava, ele terminara com ela, ele a usara. Coitada, tão cega, tão tosca... Novamente o sorriso idiota lembrava a ela o quanto sua imaginação era fértil. Também, pudera! Passou um ano inventando um amor que de certa não valeria mais de um mês. Pois valeu cinco. Cinco meses enganosos, mas ricos de carinho. Foi triste, ela. Ele já está com outra, aquela que se fazia de amiga... Mas está certo, sempre está tudo bem. Chorou um bocado, isso já era de se esperar, mas agora não via mais o porquê chorar. Não havia motivos mais, nem mesmo sentido. Só a dor.

Levantou do banco bem mais ríspida, bem mais forte. Ou pensou que sim... Após dois passos caiu sobre os joelhos, com as duas mãos no rosto, debulhando-se de tanto chorar. Encolhida, no meio da rua, chorava como um bebê. Era tudo tão patético, a história era tão patética... Chorava de vergonha.

As emoções são fortes, elas chegam em você e te derrubam com o dedinho. Não querem saber quem é você, o que você tem ou mesmo quem mais está envolvido, simplesmente te derrubam. Não há muito o que fazer, você só espera passar. É tudo pior quando você ama. Ela amou. Nossa, e como ela amou! No início foi apenas criação da cabecinha oca dela, mas ela amou sim, e amou demais. O sentimento mais filho da puta é o amor. Ele vem, te deixa nos ares depois sai pra você cair com tudo. Ou talvez ele nem saia, mas faz a pessoa em questão sair.

Desprotegida, patética. Parecia diminuir com tudo aquilo, as pessoas a encarando e ela diminuindo. A chamariam de coitada, ela sabia que seria pior, mas não dava para segurar. Sua cabeça iria implodir daqui a pouco, pelo menos era o que parecia. Fora traída, humilhada! Mas o queria de volta, por mais que doesse admitir, ela o queria de volta. Não precisava de explicações ou lamentações, não queria palavras de piedade, ela só queria o sorriso mais lindo do mundo de volta.

“DOR! TANTA DOR!”

O coração arrancado por uma boca de ferro, uma máscara de plástico sobre seu rosto intrínseco. Passaria em dez minutos, ela sabia. Mas enquanto não passava era uma dor ínfima de significados, porém infinita de sentir. Arrancaram algo dela, algo valioso. Sua mente contida de paixão estava sendo esmigalhada por pequenos dedos de desespero. Doía tanto! O desespero tem dedinhos que crescem a garras! São garras, amor!

Louca, coitada. Tão jovem, tão louca... Deveria dar sua criatividade ao mundo, sua imaginação fértil a quem saber usá-la. Deveria não ter falado com ele na primeira vez, não tê-lo cumprimentado aquele dia... Deveria não ter sorrido com a primeira piada pervertida... Deveria tê-lo mandado tomar no cu no dia em que o mesmo a chamou de fraca... Deveria tê-lo derrubado a ele antes dele tê-la derrubado a ela.  

Levantara do chão, enxugara as lágrimas. Agora dirigia-se para casa, a fome batera e os dez minutos esgotaram-se. Estava bem e sorria, sozinha.

sábado, 4 de junho de 2011

Verdades não ditas

- Oi, meu amor, tudo bem? - Sua voz encanta, mas estraçalha.

Dor infinita da alma, terror do que não se vê, saudade do que nunca teve. Se eu morrer de corpo, tê-lo comido por vermes, talvez minha vontade o fizesse notar-me em espírito ao seu lado. Dor infinita no peito, terror do que se sente, saudade do seu carinho.

Se a complexidade que envolve a troca indireta de energias tanto boas quanto ruins, já foi analisada e vencida por nós, não entendo como ainda há tantos desafios bem menores que apresentam impossibilidade de resolução.

Já não consigo chorar, meu amor. As lágrimas se perderam na boca do estômago. Mas não se engane, vez ou outra sobem à garganta e ficam presas como um nó. Infelizmente elas voltam ao local anterior para novamente se perderem. É um ciclo, meu amor, um ciclo que dói como a falta de ar, e desespera. 

A falta de ar sentimental não mata, corrói. É pior, não é, meu bem? É tão pior... Ter sua alma corroída, torturada, mal-tratada e não poder libertá-la. Cuida de mim, querido! Cuida de mim que já não o consigo fazer sozinha, e não quero que o sofrer seja a única opção. Não quero mais esse gosto de sangue na língua. Cuida de mim! Cuida, por favor, meu amor! Estou em brasas, meu bem, meu espírito deitado em brasas...

- Tudo bem...
- O que houve?
- Nada, nada. - brasas, brasas.

Se as dores minhas
Forem dores tuas
Nossa maçã será comida inteira
Como fui comida por ti